Missão oficial dedicada ao estudo das políticas e práticas de ensino de inglês no sistema educativo português
Uma delegação do Governo Metropolitano de Tóquio visitou Portugal durante o mês de outubro, numa missão oficial dedicada ao estudo das políticas e práticas de ensino de inglês no sistema educativo português.
A missão, constituída por Kenichiro Nakajo (Diretor do Projecto de Educação Internacional), Yuji Tsugawa (Subdiretor), Yutaro Koyama e Katsuo Nukui, quadros superiores na instituição, teve como objetivo recolher informação estratégica para reforçar a proficiência oral em inglês dos alunos das escolas públicas de Tóquio, um dos principais focos de desenvolvimento educativo da capital japonesa.
A visita incluiu uma sessão de trabalho no British Council Portugal, em Lisboa, onde os representantes japoneses puderam conhecer em detalhe o modelo nacional de ensino bilingue e as abordagens que colocam Portugal entre os países com melhor proficiência em inglês no mundo.
A visita foi organizada pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) e pelo British Council, tendo sido preparado um programa abrangente que integrou políticas públicas, investigação académica, experiências de docentes e observação direta de atividades e aulas bilingues.
A iniciativa começou com uma receção oficial na Direção-Geral da Educação (DGE), seguida de um encontro no British Council conduzido pelo seu diretor Richard Fleming, que apresentou uma visão geral da evolução da proficiência em inglês em Portugal e do impacto das políticas educativas implementadas ao longo da última década.
O programa prosseguiu com contributos de especialistas da Universidade do Porto e do Instituto Politécnico de Castelo Branco, responsáveis pelo projeto de investigação Working CLIL, que analisaram o impacto do ensino bilingue (Content and Language Integrated Learning) no desenvolvimento académico e linguístico dos alunos.
A delegação japonesa reuniu ainda com formadores de professores do British Council para conhecer abordagens de formação contínua de docentes, práticas de desenvolvimento de competências CLIL e o papel da certificação internacional de inglês no percurso educativo dos estudantes portugueses. A sessão incluiu igualmente uma apresentação sobre a oferta extracurricular de inglês em Portugal e o papel do British Council no setor.
“Foi uma oportunidade de diálogo muito rica. O Governo Metropolitano de Tóquio procurava exemplos concretos de políticas eficazes para elevar a proficiência oral em inglês entre alunos do ensino básico e encontrou em Portugal um ecossistema coerente que combina investigação, formação docente e aplicação prática em sala de aula. Ficamos expectantes por acompanhar a forma como estas aprendizagens serão integradas no seu plano de ação”, refere Richard Fleming, Diretor do British Council em Portugal.
“Pela primeira vez, o MECI acolheu uma visita de uma delegação estrangeira centrada na evolução do ensino de inglês em Portugal e, especificamente, no Programa Escolas Bilingues em Inglês (PEBI)/Bilingual Schools Programme (BSP). Foi enriquecedor ver como as escolas que implementam o Programa se empenharam exemplarmente em abrir as suas portas, partilhando desafios e expectativas, bem como práticas de referência, com espaço para a participação de crianças, alunos e docentes” refere Ana Xavier, da Equipa PEBI, na DGE.
Ao longo dos dias seguintes, o MECI e o British Council acompanharam a delgação em visitas a escolas que integram o PEBI, observando práticas na educação pré-escolar e nos 1.º , 2.º e 3.º ciclos do ensino básico (CEB).
Entre as atividades observadas, destacaram-se:
• na educação pré-escolar, atividades lúdicas integradas na rotina pedagógica do jardim de infância, onde as crianças interagiram em língua inglesa, entre pares e com os adultos, identificando partes do corpo,através de canções e jogos;
• no 2.º CEB, uma aula de História e Geografia de Portugal, em língua inglesa, onde os alunos percorreram diversas etapas, em trabalho de grupo, em torno dos Descobrimentos.
A delegação mostrou forte interesse em compreender os métodos pedagógicos e a integração curricular que caracterizam o modelo português, tendo os representantes japoneses manifestado entusiasmo pelas possibilidades de adaptação das práticas portuguesas ao contexto de Tóquio.